segunda-feira, 23 de maio de 2011

Senti-me orgulhoso.  Sim.   Mais uma vez senti-me orgulhoso de ser nordestino.

"O que pode se esperar de uma professora nordestina?"  
É uma pergunta que poderá vir a ofender a muitos porque "per sí"  já é discriminatória. No entanto,  nos sombrios nichos de cafezinho nos  corredores  de diversas empresas,   nos balcões de lanchonetes,  nas recepções de consultórios...esta pergunta é recorrente quando se discute sobre a qualidade do ensino nas regiões norte e nordeste  devido ao estigma criado sobre a população nordestina.   Os costumes, a cultura, as  características físicas  e outras variáveis permeiam o imaginário de forma pejorativa de muitos que  não fazem parte desse contingente.  Contudo, foi justamente de uma professora nordestina que partiu a explicação mais instigante, realista e de forma, concisa e contundente da situação do ensino não somente na região nordestina, mas, em todo o país.
Vide o vídeo, analise, medite sobre  e diga-me se tenho ou não razão para sentir-me orgulhoso.

http://www.videolog.tv/video.php?id=657703



 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A qualidade da educação e suas implicações na economia contemporânea

Este artigo é de minha autoria. Foi analisado pela Fundação Getúlio Vargas e aprovado para publicação no site www.globalmbabrasil.com.br
A Global MBA Brasil está vinculada à Manchester Business School e à FGV.
A seguir, o artigo:

A proliferação das Universidades e Faculdades além dos inúmeros novos cursos que tem aparecido são uma realidade em todas as regiões do nosso País. Contudo, tal fato em um grande número de casos, tem inserido no mercado novos candidatos a vagas de emprego sem o devido preparo. Não é raro encontrar profissionais em cargos de gerência e alta direção que encontram dificuldades para dar continuidade a sua gestão e isto tem provocado uma alta rotatividade nas Empresas além de incorrer em custos adicionais tanto em capital financeiro como em capital econômico. As Empresas são obrigadas a solicitar ao seu setor de RH um novo processo seletivo para contratação de profissionais ou recorrer às Empresas específicas para este fim, e ao mesmo tempo, deve reiniciar, cancelar ou reestruturar os seus processos estratégicos interrompidos quando da demissão daquele profissional que não obteve êxito na função devido ao seu despreparo.
As tecnologias existentes e em constante desenvolvimento nos fornecem meios para consultarmos e produzirmos informações instantaneamente e isto implica em uma constante atualização e aprendizado. Contudo, apesar de estarmos utilizando tais ferramentas que a princípio nos faria ganhar tempo para analisar e aproveitar as informações adquiridas, nós não temos tempo. Estamos sempre sendo bombardeados com mais dados, fatos, novas descobertas e paradoxalmente ficamos desatualizados em questão de segundos. Então, o que dizer daquele profissional que não teve uma boa formação? Como ele irá se comportar ao deparar-se com situações de crise e altamente estressantes com decisões importantes que deverão ser tomadas em curto espaço de tempo se ele não tem conhecimento que lhe dê respaldo e segurança?
No dia 18/08/2010 foi publicado no New York Times um artigo intitulado “Why are so many people in their 20s taking so long to grow up? “ que espelha uma grande preocupação com a maioria dos jovens recém-formados e em alguns casos até mesmo com o PhD concluído que não conseguem se firmar como adultos responsáveis movidos pelo contexto da educação contemporânea e voltam a morar com os pais sem assumir responsabilidades. Isso aliado a uma formação acadêmica de má qualidade nos remete a mais custos para conseguir filtrar bons profissionais no mercado e fomenta o desemprego em vista da grande quantidade daqueles que não foram aproveitados. ARNETT Jeffrey Jensen, professor de psicologia na Universidade Clark, em Worcester, Massachusetts alerta para o fato de a educação neste momento de intensas mudanças culturais ser prioritária para sobreviver numa economia lastreada em informações e devemos salientar que há alguns anos atrás nós não tínhamos contas de e-mails, celular, internet e outras tecnologias de ponta que nos permitissem estar “antenados” porém, sonhávamos com algo similar para otimizarmos o tempo e maximizarmos os recursos . Hoje, mesmo com o acesso a tais ferramentas, não conseguimos atingir ainda este objetivo de forma excelente e continuamos sonhando com a possibilidade de termos mais tempo, mais informação e agilidade para tomadas de decisões importantes. Sendo assim, nada obsta a criação de novas instituições de ensino superior e a criação de novos cursos tendo em vista que a educação deve ser a porta de entrada para o desenvolvimento de projetos que atinjam esse fim, mas deve-se atentar que os jovens formados nelas serão os futuros professores e profissionais que estarão disponíveis para assumir cargos relevantes e conseqüentemente serão aqueles que nortearão a nossa economia e o desenvolvimento da sociedade observando-se aí a importância de manter um controle rígido na qualidade do ensino destas instituições no intuito de estarmos vis à vis com as expectativas e necessidades do mercado.

sábado, 28 de agosto de 2010

Conexões dos retalhos

Um belo trabalho do Artista plástico SILVIO ALVAREZ,  cujo qual me senti na obrigação de divulgar  aqui para que todos possam conhecer e maravilhar-se com o resultado do talento, aliado à  uma imensa paciência.  São retalhos selecionados de papel e madeira que são "metamorfoseados" em verdadeiras obras primas que retratam o imaginário do artista vinculado a sua visão holística do mundo.  Ele consegue nos mostrar aspectos relevantes da sociedade como um todo criticando suavemente e educando ecologicamente com a sua arte.
Para ver mais imagens e conhecer o artista e seus projetos, visite o site : http://www.silvioalvarez.com.br/


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pequeno conto que escrevi e foi publicado no www.portalliteral.com.br

Belle Époque
Um canivete aos poucos perfura a pele fazendo o sangue fluir devagar.
Um pequeno fio.
A lâmina vai aprofundando até chegar ao músculo pulsante cutucando com a ponta afiada e forçando aos poucos ate sentir o macio da carne que a fibra protegia. O peito dói.
Esta era a sensação ao correr porta afora para vislumbrar aquele homem uniformizado com a bolsa pendurada no ombro abarrotada de correspondências. Estava no horário, sempre às duas da tarde. Esperava o grito: - correeeio!
Quantas vezes esta cena se repetiu? Não sei ao certo. Apaixonado estava e ansiava pelas cartas.
O envelope pequeno com cheiro de maçã verde. Sabia que ele tinha transitado por suas
mãos, ela o havia manuseado, cheirado, e com certeza seus lábios o haviam tocado. Minhas mãos tremiam e o ar me faltava. Corri para o quarto sabendo que o mesmo estava a apenas cinco passos de distância mas as pernas pesavam demais; os quinze segundos que levei pareceram horas sem fim mas finalmente cheguei. Bato a porta com força, até mesmo com raiva, talvez por ainda ter que fazê-lo. Quantas coisas que aparecem no intuito de atrasar-me. Enfim, paro ofegante, e aos poucos vou me acalmando, agora eu mesmo prolongo o momento. Olho o envelope, cheiro, beijo, as mãos tremem, atrapalho-me um pouco, leio novamente o nome da remetente. Lembro-me que o havia visto alguns momentos antes quando o “correio” me entregou e pareceu-me que passaram-se séculos desde então.
Hoje dou um “click”, o envelope abre. Não tem mais cheiro.

Uma curiosidade que muitos tem...Quais as telas mais preciosas do mundo?